Movimento Educação para o Bem Viver
(Tema 4 de 5)
Você vive em 2020. Mas seu cérebro empacou em lá por 200 mil a.C. O corpo desenvolveu um método interessante de sobrevivência: nos transformou em camelos alimentares. Passou a estocar comida em “corcovas” de gordura, que carregamos principalmente na barriga e nos quadris. Quando aparecia uma gazela, comíamos mais do que precisávamos. O excesso ficava acumulado. E nos tempos de gazelas magras o corpo se alimentava dessa gordura. Era o jeito. Para fazer com que comêssemos mais do que o necessário a cada caça, o cérebro criou um mecanismo engenhoso: nos recompensar com doses cavalares de prazer cada vez que comíamos algo que fosse fácil de ser absorvido pelo corpo para virar estoque de gordura. No caso, a própria gordura animal da carne de caça. E aí que entra o centro de recompensa do cérebro: comeu carne gordurosa, altamente calórica, ganhou uma dose de dopamina. E nosso cérebro não mudou de lá para cá – por isso mesmo, os churrascos continuam tão populares.
Começou com um docinho depois do almoço. Depois, era batata frita a semana toda. Água, nem pensar – só refrigerante. Até que arroz com feijão virou uma combinação insuportável. Para fazer efeito, só se fosse cheeseburguer. Essa é a história de um cérebro viciado e prostituído: ele sabe que salada é mais digna para a saúde, mas gosta mesmo é de gordura e açúcar e se vende ao primeiro que aparecer com isso. Em troca, libera dopamina, a substância inebriante do prazer. Nunca foi tão claro para a ciência que a comida de hoje tem o mesmo poder viciante da cocaína e da heroína. Mas o mundo é outro, claro. Leia mais AQUI
A dopamina, neurotransmissor envolvido nas sensações de prazer é a origem ao aprendizado associativo (droga-prazer-droga). As drogas causadoras de dependência ativam o sistema de recompensa (circuito que processa a informação relacionada à sensação de prazer ou de satisfação) existente no cérebro
A preocupação de governos com a medicina preventiva, tem como meta à saúde de uma população, e evitar, prevenir, o aparecimento de lesões e doenças, criando campanhas que restringem o consumo de drogas lícitas por menores de idade, seu consumo em áreas públicas e até mesmo taxam em altíssimos impostos o álcool e cigarro a fim de controlar as doenças e mortes relacionadas ao consumo dessas substâncias. O alto valor em impostos aplicados a esses produtos são justamente para custear o tratamento das enfermidades relacionadas tratadas pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
Mas porque não se tributa na mesma proporção todos os produtos que faz tanto, ou mais, mal à saúde? – Por que não se dá a mesma importância e advertência a grave crise ecológica e de saúde que o consumo de proteína animal apresenta? – Talvez gere maior reação dos consumidores? – já que tais produtos não carregam rótulos informativos dos males que causam! Serão interesses financeiros? – em todas eleições vemos candidatos sendo financiados por grandes empresas do ramo pecuário, maior prova disso é termos como nossos representantes a “Bancada Ruralista”, também chamada “Bancada do Boi” ou a do “Bife”. Neste contexto, têm-se as empresas que possuem o poder absoluto e um Estado Neoliberal que cada vez mais diminui o seu papel de interventor, ficando claro o quanto somos reféns do estado liberal que interfere no padrão de consumo, exploração de recursos naturais e na nossa saúde.
Essa falta de informação nos dá a falsa impressão que a proteína animal é necessária, devido também aos hábitos, e não percebendo os danos a nossa saúde. Como veremos, fisiologicamente não somos carnívoros, sendo assim nosso intestino não é capaz de digerir a proteína animal, e essa é a causa de diversas doenças.
Anatomicamente o trato intestinal humano é longo, cerca de 6 metros de comprimento ou 12 vezes o comprimento do tronco por 4 cm de diâmetro. Podendo acumular de 3 a 4 Kg de matéria fecal levando de 12 a 18 horas para que terminem seu processo digestivo. Esse material não eliminado acaba sendo fermentado, produzindo material tóxico que é absorvido pelo organismo, produzindo uma “auto-intoxicação” (toxemia)..
Já o trato intestinal dos carnívoros é curto, apenas 3 vezes o comprimento de seu tronco, fazendo com que seu intestino digere e eliminado rapidamente os alimentos de 2 á 4 horas alem de possuir fortes ácidos estomacais para digerir pedaços de carne e matar as bactérias perigosas.
Para animais humanos os aminoácidos ingeridos em excesso, fazem com que o fígado produza uma substância que leva a inflamação nas artérias favorecendo o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a hipertensão. Outro problema deste item é o alto teor de gordura saturada, principalmente nos cortes mais gordurosos. Esse tipo de gordura provoca uma resposta inflamatória do corpo e as toxinas produzidas pelas putrefações intestinais alcançam os órgãos vizinhos pela via sanguínea, intoxicando-os e degenerando-os, contribuindo para o aparecimento de diversas disfunções pela sua acidificação.
Sabemos que a alimentação também está relacionada a diversas doenças e acometem mais da metade dos brasileiros, fator que aumenta o risco de complicações por coronavírus. Através de vários estudos a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que as carnes processadas são impulsionadoras de cancro e a carne vermelha é potencialmente cancerígena quando consumida frequentemente. É também um fator para a diminuição da longevidade pois essa dieta está relacionada a doenças como as listadas a seguir:
Como vemos é melhor prevenir que remediar! A curto prazo seguir as medidas protetivas para proteger a nós e aos outros contra o coronavírus. Mas, a longo prazo o mais sensato é não fechar os olhos para o problema. É necessário, urgente, reverter a situação. É preciso limpar os rios, os mananciais, é necessário controlar a emissão de gás carbônico na atmosfera partindo para o uso de energia limpa e o reflorestamento. Porém principalmente mudar o modo de vida. Não existe oferta sem a procura!
As doenças transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida que habitats selvagens são destruídos pela atividade humana. Cientistas sugerem que habitats degradados podem incitar e diversificar doenças, já que os patógenos se espalham facilmente para rebanhos e seres humanos. Prova disso é um estudo recente publicado hoje 29 Jun 2020 Cientistas chineses identificam vírus em porcos com ‘potencial’ pra causar nova pandemia. É uma nova cepa de vírus da gripe parecido com o H1N1, que causou a pandemia de gripe de 2009. Cientistas descobriram evidências de infecção recente em pessoas que trabalham na indústria de suínos
Mas qual Alimentação durante o período de quarentena devo seguir? Click aqui e saiba mais por Mariane Marques, nutricionista com Mestrado em Ciências pela FMUSP onde produziu este texto especialmente aos estudantes, educadores e leitores do Blog do CEEJA de Marília!
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