CEEJA: EDUCAÇÃO PARA O BEM VIVER
Uma das informações recorrentes no contexto da pandemia da COVID-19 se refere ao uso da água sanitária como agente desinfetante. Mesmo entre os leigos em Química, existe um senso comum quanto ao poder desse produto para a limpeza doméstica em geral e para o branqueamento de roupas.
A água sanitária tem como princípio ativo o Hipoclorito de Sódio em concentrações que variam de 2,0% a 2,5%. Por sinal, o uso do hipoclorito se popularizou no Brasil, enquanto produto comercial de varejo, no início da década de 1990, quando da sétima pandemia do Cólera (outra grave infecção). Nesta época, foi largamente indicado em diluição específica, para a imersão de vegetais e frutas, antes do seu consumo na forma crua. Contudo, nos serviços de alimentação coletiva (como restaurantes industriais e hospitais) o uso do hipoclorito de sódio já era rotina, inclusive na desinfecção de mamadeiras, método mais econômico do que a tradicional fervura em banho-maria.
Voltando à pandemia, no tocante à segurança da água sanitária para desinfecção de superfícies onde o germe coronavírus possa estar, gerou-se um bombardeio de informações quanto à concentração e as formas de aplicação do citado produto. Ocorre que a ação germicida da água sanitária somente se efetiva quando estiver diluída em água pura, o que permite ao hipoclorito de sódio reagir e formar o ácido hipocloroso. É este ácido que, de fato, age, destruindo o vírus. Vê-se, aí, o grande equívoco praticado por muitos, que a utilizam pura, pensando em otimizar sua ação…
O bombardeio de informações tem atrapalhado a operacionalização do uso da água sanitária, levando a vários riscos, que vão da ineficácia do princípio ativo à intoxicação de pessoas mais sensíveis. Outro equívoco praticado é a mistura desnecessária da água sanitária com outros produtos na mesma solução, mesmo se tratar do prosaico sabão ou detergente neutro. Há pessoas que superestimam o poder germicida da água sanitária e a aplicam diretamente nas superfícies, pura ou em solução, sem a prévia remoção das sujidades, e este é um procedimento errôneo.
A água sanitária é uma substância muito utilizada para desinfecção e higienização nas nossas casas, cumprindo com muita eficiência essa tarefa, principalmente nesse momento em que estamos vivendo devido a pandemia do coronavírus, mas ATENÇÃO, ela não deve ser usada misturada com algumas substâncias. Muitas vezes isso acontece não intencionalmente, nesses casos, ela pode fazer muito mal.
VEJA COM QUEM ELA NÃO COMBINA:
ÁGUA SANITÁRIA + VINAGRE = CLORO GASOSO ( Cl2 )
A mistura de água sanitária com vinagre libera CLORO GASOSO. Muitas pessoas têm o costume de lavar os alimentos com água sanitária ou vinagre. Não tem problema nenhum, desde que eles não sejam usados juntos. O cloro gasoso é um gás tóxico e pode causar muitos problemas dependendo da quantidade que for inalado, como irritação do sistema respiratório e sensação de ardor nos olhos.
ÁGUA SANITÁRIA + DESINFETANTE = TRICLORAMINA ( NCl3 )
Quando se mistura água sanitária com desinfetante à base de amoníaco, forma-se a substância TRICLORAMINA. Ela provoca sérias queimaduras em toda a mucosa do trato respiratório, e pode causar asfixia se produzida em ambiente fechado. Por isso que não se deve fechar o banheiro e misturar produtos de limpeza.
ÁGUA SANITÁRIA + ÁLCOOL = CLOROFÓRMIO ( CHCl3 )
O CLOROFÓRMIO é uma substância que se forma ao se misturar água sanitária e álcool. Essa substância pode causar problemas nos pulmões, fígado, rins e pele. Também pode prejudicar os olhos, o sistema nervoso e causar enjoos. Além disso, essa mistura também produz cloreto de hidrogênio ( HCl )- tóxico também!
O Que Fazer Em Caso De Intoxicação Por Produtos De Limpeza:
No caso de um acidente, você precisa estar preparado para identificar e lidar com a intoxicação por produto de limpeza. Sintomas como enjoos, dores de cabeça, alergias, tosses, inflamações nos olhos, irritações na pele e até mesmo perda de apetite, podem estar relacionados a este tipo de intoxicação, afetando inclusive animais domésticos.
Geralmente, as embalagens dos produtos contam com instruções de como agir no caso de ingestão acidental de substâncias. Se o contato com o produto causar irritações graves na pele ou nos olhos, é recomendável lavar a região com água corrente, e se necessário procurar um médico. Já se a intoxicação for causada por inalação de substâncias tóxicas, leve a pessoa para um ambiente bem ventilado, e se os sintomas persistirem, consulte um médico.
Lembre-se que em casos de ingestão, a recomendação é ir imediatamente ao pronto-socorro, levando a embalagem do produto que foi ingerido. Não tente provocar vômito, ou ingerir água ou leite, e se necessário, acione o serviço de emergência da sua cidade.
* Ler as instruções no rótulo dos produtos não apenas garante uma limpeza eficiente, mas também ajuda a evitar possíveis acidentes. Sempre que comprar um produto novo, dedique alguns minutos para ler as recomendações, e não ignore as precauções listadas.
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