Na situação atual, vale a pena flexibilizar o isolamento social?

Brasil chega a mil óbitos por dia por Covid-19, apontam dados desta semana.

Segundo o Átila Iamarino, Doutor em Microbiologia, é um péssimo momento para reabrir e flexibilizar o isolamento social neste momento em que os leitos dos hospitais estão com índice altíssimo.

Segundo o pesquisador, os testes deveriam ser aplicados com mais intensidade antes das pessoas irem direto para os hospitais quando já estão numa situação mais avançada da doença, com síndrome respiratória aguda, por exemplo.

Se puder, fique em casa.

COVID19 e a Necessidade de uma Educação Alimentar

Movimento Educação para o Bem Viver

(Tema 1 de 5)

Abaixo vamos ver o primeiro de cinco temas relacionados ao consumo de proteína animal, e o impacto que o consumo desse tipo de proteína causa e a relação que esses diversos temas que envolvem nossa alimentação tem a esses desequilíbrios ambientais, em específico ao vírus SARS-CoV-2, que se apresentou como a COVID-19.

Desde que a Semana da Educação Alimentar foi Instituída em 2006 no calendário do Governo do Estado de São Paulo, através do Projeto de Lei nº 12.230 de 13/01/2006, como estratégia para promoção da alimentação saudável na rede de Ensino, nossa escola CEEJA, através do projeto “HORTA LITERÁRIA”, vem desenvolvendo atividades pedagógicas a fim de trazer subsídios para a conscientização dos alunos/comunidade no que diz respeito à alimentação, saúde, nutrição, qualidade de vida, sustentabilidade e preservação do meio ambiente, ações que contribuem para o Bem Viver. Também para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social.

A necessidade de plantar a conscientização através desses temas se dá pelo esgotamento de recursos alimentar, hídrico e sanitário por qual passamos e as consequências que os desequilíbrios ambientais acarretam para a saúde nossa e a do planeta. Como é o caso em que estamos vivendo, sofrendo.

Mas qual a necessidade de se tratar desses temas? A iniciativa por exemplo consta na Constituição da República Federativa do Brasil (1998), seção II, Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Tamanha importância pode ser vista em uma pesquisa que sugere que médicos deveriam aprender mais sobre nutrição. Estudo internacional mediada por Nancy de Araújo Aguiar, vice-presidente do Conselho Federal de Nutricionistas. Segundo ela “A alimentação é o principal fator na prevenção de doenças e na melhoria da saúde”, e aponta que, durante a formação médica, temas ligados à alimentação precisariam ser mais trabalhados.

Tal preocupação com a educação alimentar vem contribuindo com a promoção da saúde e tem sido considerado fundamental na prevenção e proteção no controle das doenças crônicas como veremos nos próximos temas

O médico nutrólogo e diretor do departamento de medicina e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) Eric Slywitch ensina como modificar hábitos alimentares prejudiciais sem ficar preso a dietas milagrosas.

Próximos Temas:
  • COVID-19 x Meio Ambiente 2/5
  • COVID-19 x Proteína Animal 3/5
  • COVID-19 x Saúde 4/5
  • COVID-19 x Alimentação 5/5

Fome Zero e Agricultura sustentável: pensando a agricultura familiar

Educação para o Bem Viver

Atualmente, a fome ainda aflige milhões de pessoas no mundo. Segundo a reportagem da revista Veja (disponível aqui), há a possibilidade do número de pessoas atingidas pela fome dobrar até o final de 2020, atingindo 265 milhões de pessoas. Apesar de tal reportagem apontar a fome em locais como o continente africano e Venezuela, a situação brasileira não é boa. Segundo o portal de notícias Terra, há possibilidade do Brasil voltar ao mapa da fome em 2020, visto a expectativa de 5,4 milhões de pessoas passarem para a extrema pobreza esse ano, por causa dos problemas econômicos atuais (a reportagem pode ser lida aqui).

 

Diante de dados tão graves, é importante questionarmos como chegamos à esse cenário. Além das crises econômicas, é necessário apontar que temos uma agricultura extremamente desigual, com grande parte sendo para exportação e produtos não alimentícios. Segundo a FAO-ONU, 80% do alimento do mundo é cultivado/produzido por agricultura familiar.

 

Diversos tipos de milho, fruto de sementes crioulas, protegidas pela agricultura familiar.

No Brasil, a agricultura familiar é de extrema importância, visto que grande parte de sua produção se dá para o mercado interno, ajudando na soberania alimentar (ou seja, fazer com que nós, como nação, não sejamos tão dependentes de outras nações para termos alimentos), facilitando o acesso ao alimento. Também tem grande importância por ela manter a grande diversidade de frutas, verduras e legumes.

De acordo com a FAO-ONU, é paradoxal que hoje não há falta de alimentos, mas, dificuldade no acesso a estes por uma parcela da população, e, neste sentido, a agricultura familiar é vital, pois ela visa atender as necessidades locais, além de gerar empregos e permitir o acesso ao alimento à um custo menor.

É importante destacar que a agricultura familiar tem grande importância ao manter a variabilidade genética dos alimentos com o esforço de proteção de sementes crioulas, ou seja, sementes que não tiveram a modificação do seu código genético, além de serem mais adaptadas para o cultivo de alimentos para a região em que se originam, dependendo muito menos de insumos industriais e agrotóxicos, gerando alimentos mais saudáveis e nutritivos.

Por fim, convidamos vocês à assistirem os vídeos sobre Agricultura Familiar, onde se fala da importância desta para a economia, combate à fome, preservação das famílias no campo e soberania alimentar:

 
 

Paz, Justiça e Instituições Eficazes: uma possibilidade no Brasil?

Movimento Educação para o Bem Viver

“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”. (ONU, ODS 16, 2015)

Um dos objetivos das metas de desenvolvimento sustentável e inclusivo, apontados na ODS 16.5, elaborada pelas Nações Unidas, é o fortalecimento das instituições brasileiras, através de um discurso que visa o combate à corrupção e ao incentivo a transparência governamental.  Este objetivo, está presente nos discursos da sociedade civil brasileira e principalmente, no discurso dos órgãos vinculados ao poder executivo.

Com isso, tornou-se possível, em 2017, a aprovação da portaria que regulamentou o Sistema de Gestão de Procedimentos de Responsabilização de Entes Privados para apurar e responsabilizar os responsáveis por atos lesivos à administração pública. Antes disso, já havia sido coordenada, desde 2003, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), a qual teve resultado positivos como a implementação do Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD).

No entanto, mesmo com a adoção de tais iniciativas, o estado brasileiro ocupa a 96ª posição no ranking da percepção da corrupção produzido pela Transparência Internacional em 2017, dezoito posições abaixo do mesmo índice no ano anterior. Isso acontece porque, como sabemos, muitas leis são ineficazes na prática. Também temos sérios problemas no que se refere ao direito de acesso à informação, que são fundamentais em um regime democrático para a garantia das liberdades e dos direitos humanos.

Quando se trata dos aspectos de justiça e dos esforços contra a violência, que também são propostos na ODS 16, a situação do Brasil torna-se ainda mais preocupante. O Brasil é um dos países na América Latina em que mais se matam defensores dos direitos humanos, relatórios recentes, como o “Vidas em Luta”, lançado em 2017 pelo Comitê Brasileiro de Defensores dos Direitos Humanos, mostram o constante aumento da criminalização desses defensores e dos movimentos sociais, que caminham junto ao aumento da violência, que já atinge fortemente os meios rurais e as comunidades tradicionais.

Todos os estudos que mapeiam os índices de violência no nosso pais afirmam que ser jovem e negro no Brasil é extremamente perigoso, isso porque, o país está entre os 5 países ‘sem’ conflito armado (guerra civil), com as piores taxas de homicídios de crianças e adolescentes do sexo masculino entre 10 e 19 anos: são 59 mortes para 100 mil pessoas nessa faixa etária, só em 2015. Em 2014, 75% dos jovens mortos eram negros ou pardos, e hoje, a cada 23 minutos um desses jovens são assassinados no Brasil. Os dados demonstram que homicídios no Brasil têm idade, cor, gênero e endereço. Vivemos cotidianamente com uma situação de extermínio da população jovem, negra, pobre e periférica, um verdadeiro genocídio. Os índices de violência contra crianças e adolescentes também preocupam, 58,91% das denúncias via Disque 100 em 2017 envolviam violações a menores.

O estado brasileiro, mesmo diante de tudo isso, tem se apresentado como um agente de violência em diversos âmbitos, com a crescente letalidade em decorrência da ação policial ou da violência institucional. O Brasil usa predominante medidas punitivas e repressivas nas estratégias de combate à violência no país e prioriza políticas de encarceramento massivo: dentre a população geral prisional, 34% dos presos são provisórios e somente 24 das 27 Unidades da Federação do país tem Defensoria Pública, destas apenas quatro tem defensores em todas as comarcas, o que prejudica o direito à igualdade de acesso à justiça, como preconiza a Meta 16.3.

REFERÊNCIAS:

Relatório Luz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável – Síntese II”, Organizado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030, elaborado em 2018. Disponível em: https://artigo19.org/wpcontent/blogs.dir/24/files/2018/07/Relat%c3%b3rio-Luz-da-Agenda-2030-S%c3%adntese-II.pdf.

“17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS 16”, Elaborados pelas Nações Unidas ONU, em 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/.

INTERNACIONAL HUMAM RIGHTS CLINIC. Força Letal. Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e São Paulo. Nova York, 2009.

LIMA Jr., Jaime Benevenuto (org.) Execuções Sumárias, Arbitrárias ou Extrajudiciais – uma aproximação da realidade brasileira. Recife, 2001

Transgênicos: uma questão bioética, econômica e social

EDUCAÇÃO PARA O BEM VIVER

Você sabe qual é o significado do “T” amarelo presente em embalagens de alimentos?

Saiba o que são os alimentos transgênicos e quais os seus riscosEsse símbolo aponta que os alimentos são transgênicos, ou seja, aqueles que são modificados geneticamente com a alteração do código genético (DNA) e produzidos em laboratório por meio de técnicas artificiais de engenharia genética. O objetivo seria a melhoria da qualidade, aumento da produção e da resistência às pragas e herbicidas.

Apesar dos alertas sobre seus efeitos a curto e longo prazo para a saúde dos seres humanos e dos animais, muitos brasileiros ainda não sabem que boa parte de sua alimentação possui componentes feitos a partir de alimentos geneticamente modificados. Entre os principais transgênicos cultivados no País estão a soja e o milho, que são usados como ração para aves, gado e suínos e também amplamente utilizados nos produtos ultraprocessados para consumo humano como salsicha, bolachas, biscoitos, bolos, salgadinhos de pacote, entre outros.

Os defensores dos alimentos transgênicos alegam que o cultivo poderia reduzir o problema da fome, visto que aumentaria a produtividade de variadas culturas. Porém, diversos estudos revelam que a questão da fome no mundo não é ligada à escassez ou à baixa produção, mas à injusta distribuição de alimentos, em função da baixa renda das populações pobres.

Outro ponto que deve ser considerado é que, por serem resistentes a agrotóxicos, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que, por sua vez, leva o agricultor a aumentar a dose de agrotóxicos ano a ano. Essa prática representa um alto risco de perda da biodiversidade, tanto pelo aumento do uso de agroquímicos (que contaminam o solo e a vida no solo ao redor das lavouras), quanto pela contaminação de sementes naturais por transgênicas.

Assista ao vídeo e conheça melhor os principais riscos à saúde humana e os impactos sociais, ambientais e políticos que os transgênicos podem causar.

“As mãos suportam o mundo”

Educação para o Bem Viver

Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

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Esta foto foi tirada em frente de minha casa cujo carrinho é de uma catadora da cidade. Segundo Dona Ana (nome fictício) pesa vazio 30 kg pois é de ferro , cheio como está chega pesar 70 kgs, Dona Ana consegue catar dois carrinhos por dia.

Ela anda na cidade e ao voltar para casa o marido que é doente  faz a separação dos materiais e negocia a venda e afirma “a necessidade nos move em tempos difíceis”.

As pessoas diante de tantas dificuldades da atualidade, precisam se adaptarem e sobreviverem a elas. Infelizmente os catadores de recicláveis não tem o trabalho reconhecido, o que acarreta uma série de problemas da ordem do trabalho, da saúde, etc.

Um grande problema que temos é o desemprego:

  • O desemprego global aumentou de 170 milhões em 2007 para cerca de 202 milhões em 2012, dentre eles, aproximadamente 75 milhões são mulheres ou homens jovens.
  • Aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e a erradicação do problema só é possível por meio de empregos bem pagos e estáveis.
  • 470 milhões de empregos são necessários mundialmente para a entrada de novas pessoas no mercado de trabalho entre 2016 e 2030.

Uma atividade que “surgiu” pela NECESSIDADE” , foi a de CATADORES. A estimativa do MNCR é que existam cerca de 800 mil catadores catadoras em atividade no país, a maior parte dos catadores são do gênero feminino, cerca de 70% da categoria. (10 abr 2019)

Fotografia: Marcelo Sampaio – “Exposição Cavalo de Lata” (realizada em 2019, no CEEJA de Marília-SP)

Segundo a Rede Juntos, “O Brasil é o quinto maior produtor de lixo no mundo e apesar da alta demanda para destinar o lixo ao seu descarte adequado, o salário médio do catador é estimado em cerca de R$ 1.511 mensais. As más condições de vida (obtidas sobretudo por conta da exposição ao lixo e doenças provindas deste) aliam-se ao baixo teto salarial e tornam a profissão um ofício desfavorável para quem a exerce.

Uma pesquisa feita pelo Mercado Mineiro em 2015 fez a cotação do quilo de material descartável pago para catadores e estimou que estes precisam juntar cerca de 19 mil latas de refrigerante para receber um salário mínimo. O trabalho braçal que envolve o ofício diariamente é intenso – além de movimentarem carroças em perímetro urbano, os catadores também são responsáveis pelo recolhimento e a triagem dos resíduos sólidos.

A Rede ainda afirma que “a atuação dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, cuja atividade profissional é reconhecida pelo Ministérios do Trabalho e Emprego desde 2002, segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), contribui para o aumento da vida útil dos aterros sanitários e para a diminuição da demanda por recursos …Sendo os protagonistas do processo de controle do lixo, os catadores oferecem os serviços de coleta, recuperação e reciclagem em um custo benefício razoável. E suas reivindicações são justas: os catadores querem ser legitimidade por exercerem seus serviços. Há uma série de aspectos que englobam a evolução do ofício”.

O trabalho precisa ser entendido como um direito fundamental social, especialmente, neste momento de pandemia.